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sábado, 26 de junho de 2010

QUEM É TCHELLO D' BARROS


Tchello d'Barros (Brunópolis/SC, 1967) é escritor, artista visual e viajante. Residiu em 12 cidades, percorreu 20 países em constantes pesquisas na área cultural e desde 2010 está radicado em Belém/PA, onde produz obras em desenho, pintura, infogravura, fotografia, instalação e poesia visual. Publica textos regularmente em jornais, revistas, sites e eventualmente ministra palestras, oficinas literárias e cursos de desenho.

Na Literatura, publicou 5 livros de poesia e vários Cordéis. Também publicou contos, crônicas e artigos em mais de 30 coletâneas e antologias. Foi sócio-fundador e presidente da Sociedade Escritores de Blumenau, tendo criado e realizado diversos projetos literários. Foi ainda idealizador e um dos coordenadores do Fórum Brasileiro de Literatura.

Nas Artes Visuais, participou de mais de 60 exposições, entre individuais e coletivas. É curador independente, tendo realizado várias mostras individuais e coletivas. Como designer, desenvolveu criações gráficas para agências de publicidade, desenhos para a indústria têxtil e ilustrações para o meio editorial.

‘Convergências’ é atualmente um projeto de itinerância por cidades brasileiras, expondo sua produção em Poesia Visual, devendo resultar posteriormente na publicação de um livro.



www.tchello.art.br

tchello@tchello.art.br

AGOSTO À CONTRA-GOSTO___TCHELLO D' BARROS


O tempo nos tece uma veste
E muito custa esse imposto
E lento nos dá outro susto
Gastou-se mais um agosto

Posto que vasto é o tempo
E visto que nos é imposto
Viver só um tempo sucinto
Numa sina à contra-gosto

A teia insana das horas
Aos poucos sela um desgosto
No vasto espaço do espelho
O tempo esculpe seu rosto

Tchello d' Barros

QUANDO ANDO REZANDO____TCHELLO D' BARROS


Se ano após ano
Eu meço essa sina
Que peço na reza
E somo ao meu sonho

Se assim me assino
Me assumo insano
Se sigo insone
Nem me assombro

Pois ano após ano
Me somo rezando
Me uno andando
Se ando e me sumo

Tchello d' Barros

NA PONTA DO LÁPIS___TCHELLO D' BARROS


Papel virginal

De cálido rosto
E nívea brancura
Recebe a visita
De um tímido lápis

A mina desliza
Percorre a folha
Nos traços que nascem
E fixa o grafite
Num gesto infinito

Nas linhas que surgem
Dos riscos e letras
No branco papel
Emergem desenhos
E versos diversos

Os traços do lápis
Percorrem a folha
Não mudam a vida
Não curam o mundo
Nem salvam o homem

Mas este grafite
Com poucos rabiscos
Desenha um corpo
Revela um rosto
E escreve teu nome

Tchello d' Barros

O PÓ DO POEMA____TCHELLO D' BARROS


O pó do poema
É barros e lama

Havendo um tema
Não tema nem trema

À venda um anátema
Nem treme a trama

Valendo uma teima
Há lá quem se queima

Vá lendo o poema
De ameno tema

E além de um lema
Há lenda e dilema

Tchello d' Barros

DE PERFUMES E PERFÍDIAS___TCHELLO D' BARROS


Olores de sândalo
Perfumes na brisa
Marulho de ondas
Pegadas na praia

No calor da tarde
Ao sol tropical
Dilatam pupilas
Acendem desejos

Um úmido vento
Vem todo aromas
Num cheiro de flores
De pétalas doces

Na tarde que arde
A sutil fragrância
Hoje denuncia
Um corpo ausente

Tchello d' Barros