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domingo, 20 de janeiro de 2008

LUA VERDE___OSWALDO ANTÔNIO

Serei eu rei
Atrás desta máscara
De barro argiloso,
Que tuas mãos ceramistas
Fizeram-na branca, vítrea e frágil
Com a tinta que descaiu
Das nuvens
E com as brasas que segregaram
Do estro?

Ou serei eu dragão
No ventre da lua,
Outrora branca, absorta e fria,
A qual fizeste jardim de inverno
Com os verdeios que nela esculpiste
Semeando flores esmeraldas
Emprestadas da primavera
E orvalhadas com as lágrimas
Recolhidas de minhas saudades,
Poetisa?

Rei ou dragão
Ofereço-te minha cabeça mascarada
Nessa bandeja de aço inoxidável
Onde o escrevedor gravou as poesias
Que de ti nasceram
e a lua verde as deixou enternecidas.

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