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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

ILUMINURAS DO AMOR___RICARDO SANT'ANNA REIS

Perseguir-te o dote de amor.
Tua alma de todo castiça, flanará
sem alcance, maresia de pouca levedura.



Ah, este luzir abstruso, esta saudade sulcada este campo dourado de trigo
ao momento do replantio.



Ah, este ciúme, intenso negrume que
habita-me doentio e liberta-se temporal.



Sono avaro, sonho ermo,
onde o ser vê-se perdido
à essência.



Ah, os trigais de umidade
as torrentes de águas sulfurosas
que se lançam desde as alturas
e são como águas puras, puras
para lavar dores sem termode homens errantes e parvos.



Ah, as sentenças que se arrastam
como grilhões de cativa sina
sobre a terra plena e inabitada
abandonada pelas almas pequeninas.



Eternizado o momento na lembrança
da chuva, virá o pranto que assoma
aos olhos, da região dos perdidos desencantos.



Depois, o pranto e um amor novo,
Renascido o rebento mais querido
que há de vir
mesmo que em noite assim úmida e fria;
há de vir, mesmo que seja só
para consumar na vida a presença
ingente e irrecorrível da poesia.


Ricardo Sant'Anna Reis

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