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quarta-feira, 30 de julho de 2008

NOITE DE CHUVA NA LAPA___J L SANTOS


Cheguei da Lapa,

Onde vi rebrilhar no asfalto

A luz da do poste da Láite,

Tanta foi a chuva,

Que desabou nesse início de náite.

Essa noite de muitas poças,

De ventania cortante e úmida,

Caiu-lhe bem como uma luva,

Mostrando-me seu outro lado,

Sem o calor noturno, que sufoca,

Com engarrafamentos de guarda-chuvas

Pelas suas emburacadas calçadas,

Onde se esconde de si o mendigo ignorado,

Em que dançam mulheres, amestradas como focas,

Estranho som de funqui na escola de samba,

Sinfônica na Sala de Cecília,

Não mais reduto de bamba,

Porém, toda gente uma só família;

Somente eu, passando sozinho,

Passarinho caído do ninho,

Entre esses desconhecidos parentes,

Esses rostos tão sorridentes,

Tão ignorantemente felizes,

Apesar da chuva e do vento:

Assobiando um triste lamento,

Apesar das incovenientes goteiras,

Que insistem em sua monótona pingação,

Seja na mesa do Bar das Quengas

Seja dentro de meu coração.


- por JL Santos

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