POUCO___ELZA FRAGA
De você não quero uma única palavra
por menor que seja
destas que cabem num bolso interno
de casaco de inverno
não quero um adjetivo
destes que compram o sorriso
não quero um pronome
dos que anunciam:
pronto
lá vem meu nome
deslizando lingua abaixo
não quero um verbo,
muito menos conjugado no futuro
acenando com o eterno
quero só a esperança prometida no olhar
[se derretendo mudo]
de dias divinos
com trombetas, anjos, fadas, querubins,
e você ao centro, nu
dançando só pra mim
Elza Fraga
1 Comentários:
Lindo poema!
Por Unknown, às 7 de setembro de 2009 às 12:23
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