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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

POUCO___ELZA FRAGA


De você não quero uma única palavra
por menor que seja
destas que cabem num bolso interno
de casaco de inverno

não quero um adjetivo
destes que compram o sorriso

não quero um pronome
dos que anunciam:
pronto
lá vem meu nome
deslizando lingua abaixo

não quero um verbo,
muito menos conjugado no futuro
acenando com o eterno

quero só a esperança prometida no olhar
[se derretendo mudo]
de dias divinos
com trombetas, anjos, fadas, querubins,
e você ao centro, nu

dançando só pra mim

Elza Fraga

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