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terça-feira, 4 de dezembro de 2007

VELHA CRUZ SOLITÁRIA


Sozinha na estrada por onde ando

Sempre encontro chorando, só e triste,

Esquecida na vida, a velha cruz solitária!


Na solidão vive dia e noite, dia após noite

Esquecida do mundo, sem alguém que por lá

Passe e pare levando um cadinho de flor,uma oração a favor.

Quando o dia finda e a noite vem baixando,

Lá nas bandas da várzea funda, onde a cruz

Foi erguida, passarinho solitário canta e dança


Ao seu redor, deixando lindo o cenário.


Ao lusco-fusco, na penumbra das moitas,

piscam pirilampos ou vaga-lumes,

escondidos no ermo dos campos brincando

e beijando a cruz.


Ela, sozinha na ponta da estrada parece chorar,

Não há viva alma que acalente seu olhar,

Apenas borboletas coloridas, voláteis

Voando e enxugando as lagrimas teimando ficar.


O amor que busca esta cruz pequena,

Entre choros e penas, sofrimento atroz,

O gozo e o riso, seu sonho há de encontrar,

Numa rosa tristonha, nascida ao pé da cruz.


Marta Peres

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