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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

CICLOS

Em um grande castelo
nasci.
Havia uma muralha
de flores e galhos,
que protegiam
meu mundo.
Banhava-me em águas
da fantasia pueril.


Urbanizei meus sonhos...
Tristeza e alegria,
a passos curtos,
tingiram minhas longas...
longas...
tardes de domingo


Perspectivas, nunca alcançadas,
romperam minhas veias.
O fluido escorreu devagar...
devagar demais...
Nuvens e mais nuvens passaram por ali.
Luares também...
E a cegueira se apoderou da visão,
com todos seus artifícios,
como se, para amar, precisasse
cuspir em mim mesma.


Esvaiu-se quase toda a vida.
Todavia, a fênix que há em mim,
não das cinzas,
mas das entranhas da dor,
fez-me renascer.
Travei luta com o presente
e minhas lembranças.
A(presente)i-me novamente
a mim mesma.
Surpresa, reconheci
aquela que julguei
ausente há tempos...

Sueli Fajardo

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