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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CAMPO DE PAZ___BASILINA PEREIRA

Fui menina magrinha e de longas tranças
que corria em campos de paz,
catava gabirobas no verão,
perseguindo os grilos e os vaga-lumes.


Era um tempo de alegria singela
vivido entre mangueiras e arrozais,
perturbado apenas pelo cantar dos galos
que desafiavam as estrelas e a madrugada.

Era, sim, tempo de paz.
A guerra acabara e o que acabou não volta mais.
O rádio trazia notícias de longe,
mas o longe era algo inexplicável.


Um dia passou por lá um homem que estivera na guerra.
Entre um lampejo e outro contou histórias terríveis:
Fome , frio, desespero e mortes.
Matavam-se estranhos, sem saber por quê.


Dissera dormir ao relento....
Sem tempo para saudades de casa.
Somente visões...e miragens, quando
acordava com o cheiro de café com bolinhos.


Eu nunca entendi a guerra.
Por mais distante que esteja aquela menina de tranças,
que caçava pirilampos, ela sempre volta e me pergunta:
quem ganha com a guerra, se toda a humanidade perde?


Basilina Pereira

1 Comentários:

  • Fiquei um tempo ausente da Net e agora ao retornar,leio Basilina Pereira que me transmite tanta ternura...
    Beijo no coração

    Walnélia Pederneiras

    PS...Sandra querida,lamento não ter lido os poemas da Mell publicados aqui na tua página PRECIOSA!
    bjs

    Por Blogger walnelia, às 19 de fevereiro de 2008 às 15:20  

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