SUI GÊNERIS______MANO MELO
Este é um país sui gêneris.
As putas gozam
Os cafifas se apaixonam
Os valentões apanham
Os ministros cantam e
As ministras dão.
Os machões também.
Os ladrões prendem
A polícia assalta
Os patrões fazem greve
Os ateus rezam
Os padres praguejam
Os catedráticos não lêem
Os analfabetos escrevem
Os banqueiros choram
Os mendigos dão esmola
Os gatos latem
Os cachorros miam
Os peixes se afogam
As frutas mordem
As formigas dão leite
As vacas põem ovos
As galinhas têm dentes
Então,
Quer parar
De me cobrar
Coerência,
Pô!
Mano Melo
As putas gozam
Os cafifas se apaixonam
Os valentões apanham
Os ministros cantam e
As ministras dão.
Os machões também.
Os ladrões prendem
A polícia assalta
Os patrões fazem greve
Os ateus rezam
Os padres praguejam
Os catedráticos não lêem
Os analfabetos escrevem
Os banqueiros choram
Os mendigos dão esmola
Os gatos latem
Os cachorros miam
Os peixes se afogam
As frutas mordem
As formigas dão leite
As vacas põem ovos
As galinhas têm dentes
Então,
Quer parar
De me cobrar
Coerência,
Pô!
Mano Melo
1 Comentários:
Dizem que brasileiro "faz piada com coisa séria". Tenho certeza disso não. "Sui gêneris", por acaso, é uma piada? Nem se fosse por ocaso! O poema é de uma ironia escrachada de tal maneira que não dá vontade de rir quando se termina a leitura. O poema não é apenas uma crítica, mas um posicionamento aberto do poeta em relação ao que fala. Nosso país carece realmente de muitos outros valores para expurgar seus males e encontrar vivência mais digna. É... um poeta enxerga mais do que um político. E ainda é mais feliz!
Por Professor Sérgio Araujo / Poeta Chico Araujo, às 1 de abril de 2008 às 18:19
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