POEMAS À FLOR DA PELE____OSWALDO ANTÔNIO BEGIATO
Tu trazes nas mãos
a abundância de quem colhe o trigo
e distribui o pão
a abundância de quem colhe o trigo
e distribui o pão
Eu trago nas mãos
as marcas fortes da lavoura
nos calos que mapeiam o suor
Trazemos juntos
poemas à flor da pele
poemas à flor da pele
Tu trazes nas pálpebras
a serenidade de quem fecha os olhos
e desvenda a alma
a serenidade de quem fecha os olhos
e desvenda a alma
Eu trago nas pálpebras
o cansaço de muitos olhares
no escuro que guarda a angústia
Trazemos juntos
poemas à flor da pele
Tu trazes na alforria
A palavra que constrói o verso
E divide as rimas em partes iguais
Eu trago na algema
as histórias que não me contaram
e que perpetuam as bocas mudas
Assim, recavando nossa lassidão
e reinventando as ardências
sempre, sempre, sempre
trazemos juntos
poemas à flor da pele
Oswaldo Antônio Begiato, Jundiaí/SP
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