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terça-feira, 15 de julho de 2008

TRÊS GIGANTES NO PALCO - Murilo Gatti - site "Bonde" –show no Bar Valentino, em Londrina, anos 90


Três instrumentos, três vozes de timbres diferentes, muita criatividade e ousadia. Gigante Brasil (bateria), e os irmãos Rubens Nardo (guitarra) e Beto Nardo (baixo) conseguiram levar ao bar Valentino um público seleto, formado em sua maioria por pessoas ligadas à cena musical londrinense. Um show para ouvidos pensantes, pessoas interessadas em conhecer e aprender. Se somarmos a carreira do grupo Band'ou & Gigante Brasil, teremos perto de cem anos de música. Rubens e Beto Nardo tocaram com a Rita Lee nos anos 70, gravando dois discos com a ex-Mutantes, "Fruto Proibido" e "Estradas e Bandeiras", além de realizar uma excursão pelo país na época. Entre outros trabalhos gravaram com o grupo Made in Brazil o disco "Paulicéia Desvairada". Já Gigante Brasil atuou oito anos ao lado de Itamar Assunção, e quatro ao lado de Marisa Monte, com quem gravou o disco "Mais" e seguiu em excursão pela Europa. Gigante também fundou as bandas Sindicato e Gang 90. Juntos eles formam um perfeito triângulo musical. A sintonia no tocar e no cantar dos irmãos Nardo casou com o estilo próprio e a voz de timbre grave do Gigante. No show em Londrina eles mostraram as nove músicas do disco "Band'ou & Gigante Brasil", que aguarda uma oportunidade de ser lançado, além de algumas releituras de Rita Lee, Tim Maia e Mutantes. Mas eles chegaram como quem não quer nada. Estavam alegres e prontos para mais um show. A apresentação começou como se os "gigantes" fossem passar uma música para testar os instrumentos, mas em muito pouco tempo as notas e batidas se convergiram numa mesma canção. O som segue em direção a um ritmo suingado, numa fusão de estilos como MPB, rock, reggae, funk e soul. Algumas músicas como "Não Adianta Chorar" e "Vento de Amor" trazem uma certa dose de romantismo, mas são composições mais alegres como "Lola" e "Mexe Bum", que exaltam uma brincadeira com as palavras e o público. Um show cheio de energia e vibração, com grandes arranjos vocais e performances individuais. Foram vários solos de baixo e de guitarra, sempre em harmonia com o Gigante dos fundos do palco. Na bateria, a apresentação teve direito a batidas de baqueta na parede, grandes viradas, e dois arremessos de prato ao chão, acompanhados na risca pelos irmãos Nardo. Na adrenalina do meio do show, e depois para o toque final da apresentação, já no segundo bis, Gigante Brasil não hesitou em retirar um dos pratos de sua bateria e lançá-lo à frente do palco. Foi o último acorde, depois só restaram os aplausos calorosos do público.

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