CIDADE SEM PÁTRIA___ANA PAULA PERISSÉ
Tiros que gorjeiam
rasantes
à procura
de donos servis.
Fuzis ao caminho
da guerra
cotidiana
pátria desalmada
que de teus filhos
dizima
em seriados seriais
eletrônicos reais.
Ruas que serpenteiam
um jogo
de quedar-se inerte
na calçada da fama
dos mortais
recém-mortos
em tuas margens plácidas
de outrora.
Fugir à luta
retumbante
salve, salve,
criatura.
E o sol da liberdade
em raios cancros
cingem de vermelho
o céu da cidade
em instantâneos
eternos
congelados.
Fogem teus filhos
da luta que não escolhemos
pra nós.
Ana Paula Perissé*
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home