.

domingo, 3 de agosto de 2008

CIDADE SEM PÁTRIA___ANA PAULA PERISSÉ


Tiros que gorjeiam
rasantes
à procura
de donos servis.


Fuzis ao caminho
da guerra
cotidiana
pátria desalmada
que de teus filhos
dizima
em seriados seriais
eletrônicos reais.


Ruas que serpenteiam
um jogo
de quedar-se inerte
na calçada da fama
dos mortais
recém-mortos
em tuas margens plácidas
de outrora.


Fugir à luta
retumbante
salve, salve,
criatura.
E o sol da liberdade
em raios cancros
cingem de vermelho
o céu da cidade
em instantâneos
eternos
congelados.


Fogem teus filhos
da luta que não escolhemos
pra nós.


Ana Paula Perissé*

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home