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quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Mano Melo



Mano Melo, cearense que vive desde os 16 anos no Rio de Janeiro, 55 anos, é poeta, ator, roteirista. Desde 1979, quando retornou ao Brasil depois de viajar por dez anos através do mundo ( América Latina, Ásia, Europa, África), vem interpretando seus poemas em shows e recitais po teatros, bares, centros culturais, festivais, congressos, feiras de livros, universidades, no Rio de Janeiro e através do Brasil, tendo se apresentado em inúmeras cidades grandes e pequenas, do Rio Grande do Sul ao Acre. No momento, além de se apresentar com o Ver o Verso ( Mano Melo, Claufe Rodrigues, Pedro Bial, Alexandra Maia, tem pronto o espetáculo poético-teatral O Lavrador de Palavras, monólogo que estreou em novembro do ano passado no teatro da Casa da Gávea, e desde então vem percorrendo outros teatros e espaços culturais, como espetáculo itinerante. O Lavrador de Palavras é também o título do seu livro mais recente, publicado pela Bapera Editora. Outros livros: O Evangelho de Jimi Rango, O Vampiro Ciro, Rio Acima, Tratado geral Sobre os Amplos Irrestritos, além de trabalhos espalhados por antologias, jornais e revistas literárias. Autor do roteiro, em parceria com Claufe Rodrigues, de Fernando Pessoas, documentário de 50 minutos em vídeo sobre o poeta português, atualmente em fase de edição.





Um Parnasiano Vilac Temporão






Você é uma ânsia vermelha adoçada com mel de abelha


De uma doçura que chega a ser cruel


Me desperta sensações ancestrais de boleros e sambas-canção


Incorporado num parnasiano Bilac temporão








Tem gente que fala de amor como uma ameaça


Amor com pequenas dosagens com pequenas medidas








Existem coisas tuas que só para mim são nuas


Que ninguém mais acarinhou ou conhece


Uma parte nós só pelo outro será preenchida





Você me remoça


Me adoça


Me dá força





Me nasce outra bez (mais uma)


E me chama de filho


Me chama de cavalo


Faz teu cabelo capim


Cavalga em mim


Me alimenta de milho





Me dá tua língua


Vem ser minha égua


Beber minha água


Abrandar sua sede





Me chama de porta


E atrabessa a parede





Mano Melo

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