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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Nazarethe Fonseca


Nazarethe Fonseca nasceu em São Luís, Maranhão, em 1973. Cresceu emmeio às constantes crises de asma, que a mantinham desperta boaparte da noite. Seu divertimento durante as longas horas que passavaconvalescendo eram os livros infantis, as revistas em quadrinhos e aTV, que de madrugada exibia filmes de terror, sendo os de vampiro,seus preferidos. Começou a escrever aos 15 anos, após um sonho, quese tornou seu primeiro livro, uma trama policial. Aborrecida,queimou-o abandonando o assunto até os 21 anos. Quando voltou aescrever foi movida novamente por mais um sonho, este mais reveladorque o primeiro. Ela despertou e em sua mente estava o livro que hojeconhecemos como ALMA E SANGUE, O DESPERTAR DO VAMPIRO. NazaretheFonseca escrevepoesias,contos e crônicas.Ela é autodidata.Leitoraávida já perdeu a conta da quantidade de livros que já leu,temgrande paixão por Charles Baudelarie e WilliamShakespeare e escreve todos os dias.E-mail: mailto:nazarethefonseca@oi.com.br


PERFUME


por Nazarethe Fonseca (Todos os direitos reservados a Autora®)


Seu perfume ficou na sala,

Mas você partiu.

Fico no trinco da porta.

No telefone que usou distraidamente,


Na caneta com a qual batucou impaciente.

No sofá, nas almofadas,

Onde cansado adormeceu,enquanto me esperava

Está sobre meu rosto, pois o acariciou longamente.

Misturou-se ao meu, e da nossa química ficou mais doce.


Espalhou-se pelos lençóis da cama como se fosse chuva de verão.

No travesseiro onde dormiu por uma, duas horas.

Em meu corpo que tocou faminto, saudoso.


E enquanto banho, lamento perde-lo.

Ressinto-me deste desapego,

Enquanto a água cai rápida e mansa,

Eu penso, lembro debaixo do chuveiro,

Penso em nós dois.No que fizemos,

No prazer que nos demos.

Tudo parece distante agora que se foi.

Que seu perfume abandonou meu corpo.


Quero que a água me lave, me renove.

Deixei-me ficar a sós,

Seu perfume me confunde,

Faz-me desejar você, que já se foi.


Seu toque.

Ainda sinto você.

Está bem aqui em meu peito,

Na marca do beijo invisível sobre o seio.


Em meus dedos que te tocaram.

Em minhas mãos que te afagaram.

O seu perfume se apagou.

E quando pequei o telefone e levei ao ouvi,

Senti seu cheiro no fone, beijei o aparelho.

E desistir da ligação, pois seu cheiro voltou...

E me deu a falsa ilusão de sua presença.

Vou dormir, é quase manhã.

O telefone toca.È você.

E seu perfume.

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