Nazarethe Fonseca
Nazarethe Fonseca nasceu em São Luís, Maranhão, em 1973. Cresceu emmeio às constantes crises de asma, que a mantinham desperta boaparte da noite. Seu divertimento durante as longas horas que passavaconvalescendo eram os livros infantis, as revistas em quadrinhos e aTV, que de madrugada exibia filmes de terror, sendo os de vampiro,seus preferidos. Começou a escrever aos 15 anos, após um sonho, quese tornou seu primeiro livro, uma trama policial. Aborrecida,queimou-o abandonando o assunto até os 21 anos. Quando voltou aescrever foi movida novamente por mais um sonho, este mais reveladorque o primeiro. Ela despertou e em sua mente estava o livro que hojeconhecemos como ALMA E SANGUE, O DESPERTAR DO VAMPIRO. NazaretheFonseca escrevepoesias,contos e crônicas.Ela é autodidata.Leitoraávida já perdeu a conta da quantidade de livros que já leu,temgrande paixão por Charles Baudelarie e WilliamShakespeare e escreve todos os dias.E-mail: mailto:nazarethefonseca@oi.com.br
PERFUME
por Nazarethe Fonseca (Todos os direitos reservados a Autora®)
Seu perfume ficou na sala,
Mas você partiu.
Fico no trinco da porta.
No telefone que usou distraidamente,
Na caneta com a qual batucou impaciente.
No sofá, nas almofadas,
Onde cansado adormeceu,enquanto me esperava
Está sobre meu rosto, pois o acariciou longamente.
Misturou-se ao meu, e da nossa química ficou mais doce.
Espalhou-se pelos lençóis da cama como se fosse chuva de verão.
No travesseiro onde dormiu por uma, duas horas.
Em meu corpo que tocou faminto, saudoso.
E enquanto banho, lamento perde-lo.
Ressinto-me deste desapego,
Enquanto a água cai rápida e mansa,
Eu penso, lembro debaixo do chuveiro,
Penso em nós dois.No que fizemos,
No prazer que nos demos.
Tudo parece distante agora que se foi.
Que seu perfume abandonou meu corpo.
Quero que a água me lave, me renove.
Deixei-me ficar a sós,
Seu perfume me confunde,
Faz-me desejar você, que já se foi.
Seu toque.
Ainda sinto você.
Está bem aqui em meu peito,
Na marca do beijo invisível sobre o seio.
Em meus dedos que te tocaram.
Em minhas mãos que te afagaram.
O seu perfume se apagou.
E quando pequei o telefone e levei ao ouvi,
Senti seu cheiro no fone, beijei o aparelho.
E desistir da ligação, pois seu cheiro voltou...
E me deu a falsa ilusão de sua presença.
Vou dormir, é quase manhã.
O telefone toca.È você.
E seu perfume.
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