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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

ENXURRADA.___JOSÉ A. SILVÉRIO

Sentado na calçada.
Eu e o meu cachorro.
Dois indigentes de amor,
Pedindo, ajuda, socorro.


Ele a roer um osso,
Eu a roer a dura solidão.
Uma alma caída no fosso,
Um corpo sem coração.


Ele espera a amada entrar no cio.
Pois sabe que ai ela vai aceitá-lo.
E eu??? Um peito machucado e vazio,
Ciente de que não tem cio, para ajudá-lo.


Do meu lado uma galinha choca um ovo.
Sinal de uma vida pronta para começar.
Eu sem ter força para começar de novo.
Meu ovo de esperança acabou de quebrar.


Meu gato me olha condoído,
Mia longo como um choro.
Minha veia já perdeu o fluido.
Lágrimas são o meu soro.


E assim a noite vai passando.
Nós a dormir na calçada.
Tomara que chova muito de madrugada,
E acorde com uma cachorra em ti vidrada,
E eu...Com uma linda mulher apaixonada,
Que os deuses nos mandaram na enxurrada.

Autor: José Augusto Silvério.

( ZITO)

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