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domingo, 3 de agosto de 2008

OCEANICAMENTE___ANA PAULA PERISSÉ



Há mistérios que se desvelam
oceanicamente
apenas para dois
quando em conjunção
e em fragmentos de ondas
frêmitas
nuas de si
e para o vento,
unicamente.


Há deslizes de vagas
movimento impetuoso
de massas fluidas
impulsos sem nomes
que elevam superfícies
e afogam depressões em líquidos derramados
prenhes de fogo.



Há amor que se ama
oceanicamente
abarcando sem portos
ou enseadas
o indizível cingido
excedendo o sentido
do resvalado em atrito
muito, mudo e incontido.

Nó do mundo
em amor oceânico.

Ana Paula Perissé*

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