CREUSA LIMA
CORAÇÕES REPARTIDOS
Na calma que vem da noite esquecer-te eu quis
perdi na escuridão, no quarto pus-me a chorar
as tristes lembranças que n’alma deixou matiz
vem em hora mui triste meu peito desmoronar
Fere...machuca...queima...pressinto-a por um triz
talvez pela manhã – venha o sol me sepultar
pois se morresse desse amor – estaria feliz
melhor seria, que ser infeliz por me esnobar
Corações que se repartem em desentendimento
não sei mais do meu amor se não fazes por merecer
tudo acabou - só apatia - não há dor nem sofrimento
Se pudesse rasgar o muro ver o amanhecer
abrir os olhos cobertos da névoa desse tormento
sair por ai - ser livre de novo pra esquecer!
Deste amor que mata – mas é só teu por juramento!
Creusa Lima
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PLENITUDE DE AMAR
Foi nas ondas do mar navegar, oxalá!
vendo a lua nascer e sorrir pra você
vendo sol se esconder do lado de lá
vendo o amor ser feliz quando o dia nascer!
Saudade arraigou foi nas ondas do mar
no azul desse mar foi te entorpecer
prazer de sereia – se teu príncipe chegar
ao quebranto do mar faz-te estremecer!
Coração explodir desse amor transmutar
muitos sóis a passar de saudade morrer
mar azul encantar teu arco-íris beijar!
Vem nas ondas do mar teu amor avatar
tão feliz reclinar pra depois transceder
plenitude do ser que vive para amar!
Quem se entrega ao amor jamais morrerá!
Creusa Lima
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SUA MAJESTADE – O SOL
Mais lindo entardecer,é tarde verão!
sol se recolhe em esnobe solidão
nuvens densas avermelhadas num só rol
jaz amenas da aurora o arrebol
Brilho doirado que só de um rei varão
esconde irritado na escuridão
que beija a lua e descortina seu lençol
eclipsando as orgias de misantropol
Sol majestoso de nascer em rosicler
riso matreiro de quem comeu à mister
secreto manjar de sabor exótico
À espreita d’esconder-se em mar ártico
siso isolamento vontade que se quer
resfriar do amor em ensejo estático
Sedução da lua do jeito que aprouver.
Creusa Lima
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MAJESTADE – O RIO-MADEIRA
Olvidaste que um dia tiveste águas serenas?
muitas vezes em ti a banhar as açucenas
cálidas, mornas eram, fazendo-se cachoeiras
que após lavar-se iam limpas, breves, lisonjeiras
Ver-te hoje, majestoso todo labor das morenas
tardes quentes à tua orla curtir horas amenas
exibe tua imponência guarda lendas faceiras
faze-te indomável ante às faces brejeiras
Pôr-de-sol multicolor quer roubar-te as cenas
Lindas pernas vão à bordo - barco O’ Madalenas!
tardes de domingo passeiam enamorados
Lua cheia vem debruçar-se em teu leito encantado
Espelhar em tuas águas sucumbir tuas falenas
ver de perto teu agrado de ser berço dourado
Querido Rio Madeira! Vereda dos namorados!
Creusa Lima
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PRIMAVERA
Flores bonitas no amanhecer sorriram
frenesi que as borboletas lhes causaram
leves carícias pousando fizeram
na mais feliz algazarra ali descansaram
Inverno em tempo real todas sentiram
calor imenso nas flores ali acharam
suas cores maravilhosas por si uniram
amigas e confidentes por fim tornaram
Sim, hoje – flores e borboletas cresceram!
o matizado de suas cores renovaram
e outros insetos nesse jardim nasceram
Nessa cadeia alimentar se multiplicaram
famílias formaram ninguém dali quis sair
co’ a união todos, enfim, proliferaram
Flores...borboletas... mais lindas que já vi!
Creusa Lima
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