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sábado, 6 de março de 2010

CÉU LARANJA___CACAU LOUREIRO


Em aspirações recorrentes avisto
os campos prometidos...
Em tua seara provei de mais nobre fruto,
gosto ímpar que jamais experimentarei de novo.

Vastidão tremenda de despetalados malquereres,
mas, onde ainda há sementes germinando em profusão...

Constato que o colorido de outrora
permanece incólume, novedio.

Há a viração das noites solitárias
que envolve o buquê
dos amores confiados ao vento.

Nas esferas que me foram lume de estrelas
eu enfeito ainda os meus tempo presente;
longas e padecidas horas que esvoaçam lembranças...

Há tanto pesar a permear a florada em que me abraço,
pois que a dor é para os simples de afeto...
também para os gigantes de alma.

A brisa do vazio que me cerca traz canções várias,
tristes árias a ecoarem na escuridão primaveril
em que meu peito arde.

Caminho a esmo
através do verdejante que a esperança
que renasce em mim como pôr de sol...

Há no céu laranja que me mostraste nalgum dia
feixes da pequenina flor
que hei de chamar para sempre...
a margarida do amor!...

Cacau Loureiro

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