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sábado, 6 de março de 2010

PORVIR__CACAU LOUREIRO


Eu desejei tanto a claridade, as coloridas flores,
o multifacetado arco-íris, as espessas rosas rubras
o saboroso vinho, a terçã febre dos desejos...
Mas o egoísmo sombreou
e envenenou o meu sentimento mais sublime.

Num ímpeto abri da razão as janelas,
soltei as asas,libertei-me das amarras,
e de repente
o sol que outrora brilhara em meu caminho
trouxe a dolorida,mas necessária liberdade.

Nos jardins por onde sonhei
as sementes atrofiadas frutificaram
imaturas sob o peso do raro fruto
que eu deveria colher.

Minhas mãos sujas da terra amarga,
meu coração ensangüentado por duros espinhos,
minhas loucas palavras vociferadas
foram espadas a matar daninha erva.

Maldito amor, mundo infame fez-me perceber
como as almas são tão rasas.
A cova eu sei, ora é dos lobos, ora dos leões!...

Não há temor, pois descobri que as flores
superficiais não sobrevivem às intempéries,
porque há de haver para se susterem
perante a luz o forte laço da lealdade.

Não há mais sonhos posto que o trajeto foi interrompido,
por ambições funestas, por falsidades
corrompido foi por aspirações tão pobres e torpes.

São ignóbeis os que não penetram fundo no humano espírito,
estes são andróides
a se fingirem em humano aspecto.
O verbo duro lançou navalhas
em têmpera esfumaçada em covardia.

Mas, eu não me deito em dores,
eu encaro a vida,
ignoro os fúteis,
não me perco em tempo pretérito.

Eu sigo a estrada...
E sem salvaguardas
o meu futuro eu escolho hoje!...

Cacau Loureiro

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