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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Simão Augusto


Nasci em Santo Amaro da Purificação em 20/03/1984, desde muito pequenino fui cercado pela literatura, meu pai, um grande poeta maquinista a velejar nas asas do mundo, sempre me apresentou coisas belas e essenciais, livros saborosos e musicas transcendentais, minha mãe poetisa sensível e mulher das letras, foi responsável pelos caminhos e atalhos a seguir, foi na sua vasta biblioteca que eu ganhava horas a fuçar as estantes velhas e a descobrir mundos, a marcante semântica de Guimarães e a sua altivez d’ alma, os poemas de Mario de Andrade, o modernismo em si, que tanto alteou meu espírito, Federico Garcia Lorca e Neruda, poetas camaleônicos, Pessoa e Poe, entre outros importantíssimos.
Agora imagine, saindo desse berço recebo por sobre o ser uma Santo Amaro naturalmente bela, com milhares de referencias poéticas, uma cidade alem de Caetano Veloso e Maria Bethânia , alem de toda politicagem e corrupção, do KM 25 onde meu pai tem um sitio, ao Sacramento onde passo manhãs e tardes a vadiar os ensinamentos do grande Mestre Ivan e do professor Biririu, a mais fina capoeira de angola eu e meu irmão, o Nagô, das lições de velhos militantes e companheiros de jornada á seiva do babalorixá e pai espiritual Seu Renato, assim ganho forças, resplandeço, um dia a mesa de bar com meus queridos irmãos(Leo, Diogo e Madinho), comentei que Santo Amaro é terra de preencher vazios de capital, vazios de indiferença, dos transeuntes sem alma e do café seco das esquinas.
Hoje, escrevo no jornal O Ataque, que tem o folhetim e um blog na internet, oataque.zip.net, e vagarosamente com um capricho danado escrevo também um romance, A Tropa do Largo, com termino previsto para o final do ano que vem, vivo em Salvador e como diz Jorge Bem. “ Feliz da vida, contente, pois não devo nada a ninguém”.


Pessialidade


Eu, que não dito ventos nem torrões
Permeio o acaso na inserção de tais fenômenos
Julgo-me, do cume da falha verdade
Atomicamente conectado ao pensamento leitor

Eu, um não contribuinte dos fatos cotidianos
Sou digníssimo em matérias inúteis
Admiro, cálido e apreensivo o botão de rosa desflorar
Um tonto, a perder o romanesco episódio televisivo

Eu, excesso de humanidade no mundo prático
Esqueci meu chip no balcão frio e metálico da maternidade
Não sei no crepúsculo pregar igualdade e na noite sonhar Londres
Ladrar a dor homogênea em favor de reis na barriga.

Eu, Dom Quixote entre volumes de anticristo e o príncipe
Cheio de Deuses e mitos de classe nenhuma
Desferindo, com demência , o meu lado ocidental

Eu, um selo indexado numa carta de amor.

Simão Augusto.

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